terça-feira, 2 de março de 2010


SONETO
Martins Fontes

Antes de conhecer-te, eu já te amava.
Porque sempre te amei a vida inteira:
Eras a irmã, a noiva, a companheira,
A alma gêmea da minha que eu sonhava.

Com o coração, à noite, ardendo em lava
Em meus versos vivias, de maneira
Que te contemplo a imagem verdadeira
E acho a mesma que outrora contemplava.

Amo-te. Sabes que me tens cativo.
Retribuis a afeição que em mim fulgura,
Transfigurada nos anseios da Arte.

Mas, se te quero assim, por que motivo
Tardaste tanto em vir, que hoje é loucura,
Mais que loucura, um crime desejar-te?



JOSÉ MARTINS FONTES,  poeta brasileiro, nascido na cidade paulista de Santos, em 23 de junho de 1884. Como médico, notabilizou-se como conferencista e foi tisiologista da Santa Casa de Misericórdia de Santos e destacado humanista. A partir de 1924 tornou-se correspondente da Academia de Ciência de Lisboa. Morreu em Santos em 25 de junho de 1937 e está sepultado no Cemitério de Paquetá, desta cidade.


Sua extrema bondade como médico sempre muito querido e respeitado, notabilizou-se pela frase "Como é bom ser bom" Adorava cravos vermelhos e em seu busto que se encontra nos jardins da praia de Santos, sempre se podem encontrar cravos colocados pelos seus admiradores. Espírito de luz, continua ajudando a todos que recorrem a ele, em narrativas de pessoas que o buscam em suas necessidades e sofrimento.


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